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Reforma da previdência é tema de debate em Petrópolis

A necessidade de mudanças no atual regime previdenciário brasileiro e os impactos que a reforma pode provocar na economia do país, estados e municípios foram debatidos em encontro entre empresários, economistas e secretários municipais em Petrópolis, na última segunda-feira, dia 22. O evento, realizado na Representação Regional da FIRJAN na Região Serrana, teve como objetivo esclarecer os mitos e as mudanças para as aposentadorias, além de conscientizar parlamentares e população sobre a necessidade da aprovação da nova lei o mais breve possível. O governo federal anunciou um rombo recorde de R$ 268,8 bilhões da Previdência em 2017, número 18,7% maior do que no ano anterior.

A presidente da Representação Regional da FIRJAN, Waltraud Keuper, destacou que a reforma ainda não é a ideal, porém é necessária para garantir os pagamentos dos benefícios nos próximos anos. “Ainda não é a reforma que o Brasil merece, mas é a necessária no momento para estancar a sangria. É fundamental aprovar as novas regras a fim de garantir o pagamento dos aposentados nos próximos anos. Sem mudanças, a previdência pode quebrar e não conseguir mais cumprir seus compromissos com os aposentados, como já vem sendo visto com o funcionalismo do estado do Rio”, enfatizou.

Durante o encontro, o economista-chefe do Sistema FIRJAN, Guilherme Mercês, fez uma apresentação sobre previdência, ajuste fiscal e crescimento econômico e mostrou aos representantes municipais os possíveis impactos negativos nas contas públicas da União, estados e municípios caso a reforma não seja aprovada. “A redução de custos é determinante para o futuro da economia. Do orçamento do governo do Rio de Janeiro aprovado pela Assembleia Legislativa, por exemplo, 25% é gasto com déficit da previdência e outros 73% em despesas com pessoal, quando o limite por lei é de 60%. Se houver um colapso nas contas públicas do estado, os municípios serão os primeiros a sofrer restrições”, lembrou. Mercês também destacou que, caso as reformas não sejam aprovadas, o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2018 não chega a 2%.

O secretário de Desenvolvimento, Indústria e Comércio de Petrópolis, Marcelo Fiorini, afirmou que a cidade vem tratando o assunto como prioridade e já iniciou projetos para enquadrar novos funcionários em novas diretrizes. “Hoje o município tira parte do seu orçamento para cobrir as contas do instituto de previdência e isso não deveria ocorrer. Por isso, é necessário criar novas regras para o reequilíbrio da máquina pública. Os efeitos são demorados, mas é um projeto necessário. Este é um assunto que precisaria ser tratado em algum momento, seja em âmbito federal, estadual ou municipal, e agora é a melhor hora para levantar este debate”, concluiu.

Em dezembro do ano passado, um encontro na sede do Sistema FIRJAN, no Rio, com líderes do executivo de diversos municípios fluminenses, marcou os 20 anos em que a Federação lançou o movimento Reformas Já, defendendo a reforma da previdência.

Fonte: Sistema FIRJAN